O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil e uma das figuras mais reconhecidas do jornalismo investigativo contemporâneo, se manifestou publicamente nesta sexta-feira (30) após a ampla circulação de um vídeo íntimo nas redes sociais. Nas imagens, Greenwald aparece usando uma fantasia sensual de empregada doméstica, em um contexto de dominação verbal exercida por um homem não identificado.
Em nota publicada em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), o jornalista confirmou ser o protagonista do vídeo e classificou a divulgação do conteúdo como um crime. "Ontem à noite, foram divulgados vídeos online que retratam comportamentos da minha vida privada. Alguns foram distorcidos e outros não. Foram publicados sem o meu conhecimento ou consentimento e, por isso, a sua publicação foi criminosa", escreveu.
O caso repercutiu em todo o Brasil, inclusive no Pará, onde Greenwald tem laços afetivos e familiares. Ele é casado com o deputado federal paraense David Miranda (in memoriam), com quem criou os dois filhos adotivos do casal. O jornalista já esteve diversas vezes no estado e mantém uma relação próxima com a região amazônica, tanto pessoal quanto profissionalmente, especialmente em pautas relacionadas a direitos humanos e liberdade de expressão.
Greenwald destacou ainda que todos os atos registrados no vídeo ocorreram de forma consensual, entre adultos. “Os vídeos retratam atos íntimos de adultos em suas vidas privadas. Todos eles demonstram um comportamento totalmente consensual, sem prejudicar ninguém. Obviamente, pode ser desconfortável e desagradável quando o seu comportamento privado é tornado público contra a sua vontade”, declarou.
O jornalista também apontou que a divulgação faz parte de um ataque coordenado contra sua atuação profissional. Conhecido por seu trabalho de denúncia com os vazamentos da Lava Jato e a revelação de documentos da NSA ao lado de Edward Snowden, Greenwald afirmou que os autores da violação de privacidade estão sendo identificados e responsabilizados judicialmente.
A situação levanta debates importantes sobre privacidade digital, liberdade de imprensa e os riscos enfrentados por profissionais que desafiam interesses poderosos. A exposição de conteúdos íntimos com fins políticos se soma a uma crescente lista de práticas abusivas que comprometem o debate democrático no país.
Com informações do Diário do Pará.
